Adequação Ambiental: SPIRALE realiza consultoria na Sede do SEBRAE Nacional
Os impactos ecológicos da prática arquitetural não são pequenos e interferem na nossa relação com a natureza e a posteridade. O que se vê atualmente são decisões arquitetônicas que implicam na utilização de tecnologias desperdiçadoras de recursos e em padrões de consumo preocupados apenas com o custo inicial ou altamente consumidores de bens não renováveis, e energia.
Acredita-se que o ato de projetação e a postura do arquiteto devem ser regidos pelo compromisso e respeito com a instituição / usuário, com o significado do que cria, com a cultura na qual estão inseridos e com a natureza local, quando o objetivo é a concretização de uma arquitetura que expresse e se adapte ao “lugar” na qual está inserida.
Vivemos em sistemas inter-relacionados e que cada ação resulta em uma reação positiva ou não para as futuras gerações, ou como diria Juan Mascaró: às decisões arquitetônicas têm um custo e se qualquer relação é baseada na existência de partes que interagem, certamente o arquiteto é uma delas e não pode se eximir de sua contribuição (MASCARÓ, 2006).
Até meados do século XX, o arquiteto se via, de certo modo, obrigado a considerar as condições climáticas para o projeto do envoltório das edificações; era preciso conhecer com certos detalhes os efeitos positivos e negativos do da natureza do local, para o desenvolvimento de estratégias adequadas ao seu aproveitamento ou rejeição.
A partir do surgimento do estilo internacional, desenvolveu-se um modo de projetar cada vez mais desvinculado das especificidades culturais e climáticas do sítio. No entanto, alguns edifícios do século XX mostram experiências significativas de preocupação crescente dos arquitetos com a melhoria da qualidade da edificação (LAMBERTS, 1997).
Na contemporaneidade, tempos de individualismo e relações virtuais, a arquitetura, através da bioclimatologia, tende a reencontrar o meio ambiente, cujo equilíbrio é cada vez mais enfatizado quando o assunto é a sobrevivência da espécie humana na terra.
Considerando os impactos causados pela indústria da construção, no espaço em que atua, é necessário que arquitetos, engenheiros e construtoras realizem estudos e aplicação prática de novos processos no ciclo de vida dos edifícios, desde a concepção dos projetos, processos construtivos, manutenção e se necessário no seu desmonte.
Tais reflexões levaram a equipe do SEBRAE Nacional a demandar um estudo de gestão ambiental para a sua nova sede, devido ao o papel indutor que a arquitetura e engenharia exercem na formação de cultura dos padrões de produção e consumo, instituídos na sociedade.
Nesse contexto, a Equipe de Álvaro Puntoni vence o concurso para sede do SEBRAE em Brasília, com projeto cuja justificativa valoriza espacialidade interna, flexibilidade para a organização dos escritórios e performances ambiental e econômica.
Inovar processos para transformar o quadro estabelecido no planeta é imprescindível. O alerta é específico para quem desenvolve atividades que utilizam em grande escala, recursos naturais e causam grande impacto ambiental na produção de materiais.
Ações como esta são motivadoras para algumas empresas dedicarem-se a este tema, visto que existe uma lacuna entre o ambiente construído desejável e necessário para reversão deste quadro e o que está estabelecido, delineando um grande caminho a percorrer, no reposicionamento dessas atividades.
Sobre o Projeto de Arquitetura do SEBRAE: