Descrição
Em um terreno, com vista exuberante para o pôr do sol do cerrado no Distrito Federal, foi projetada a Casa Float. Os proprietários tinham acabado de voltar da Nova Zelândia, onde foram influenciados por sistemas construtivos leves, limpos e ágeis. Além disso, têm orgulho dos seus princípios, os quais os nortearam a almejar residirem em um espaço ecologicamente correto e que remetesse as suas origens.Todo o projeto foi pensado para criar ambientes restauradores, oferecendo uma experiência biofílica relacionada ao habitar no cerrado, com elementos afetivos da cultura mineira, baixo impacto ambiental, eficiência energética e sistema construtivo modular.Sendo assim, projetamos uma residência composta por duas edificações “irmãs”: uma casa e um pequeno ateliê que pousam e se adequam a topografia do terreno. O partido arquitetônico da casa principal é simétrico, possui 2 blocos (social e íntimo) conectados pela cozinha, coração da casa, que possui pé-direito duplo e iluminação zenital.O bloco dos quartos foi orientado para captação dos ventos dominantes e o bloco social fica voltado para a contemplação do cerrado por meio de grandes aberturas. Neste contexto, o desafio foi conciliar a vista ao poente com a redução de carga térmica necessária nesta zona bioclimática. Assim, foram propostas grandes varandas, que garantem o sombreamento dos espaços internos nos períodos mais quentes da tarde. Ademais, todas as fachadas são protegidas do sol e da chuva por avantajados beirais e revestidas com tijolinho.Selecionamos a Madeira Laminada Colada (MLC), com sistema estrutural dominante, por permitir uma construção física e visualmente leve, de baixo impacto ambiental, pré-fabricada remotamente e montada no local, garantindo uma construção limpa e com redução de desperdícios. Visando ampliar a eficiência e a consequente redução de custos deste sistema, foram criados espaços em módulos de 5mx5m, estabilizadas por um módulo rígido (que sustenta a caixa d’água), e cobertura leve de telhas metálicas termoacústicas.A edificação principal possui três águas independentes, sendo a central mais elevada e sobreposta em relação as duas coberturas laterais. Esta disposição gera janelas altas com fechamentos móveis, que permitem o acesso da luz natural difusa (menor componente térmico que a luz direta) e saída de ar quente. As coberturas possuem calhas para coletar a água da chuva (armazenadas no subsolo e bombeadas para outra caixa superior) e orientação favorável para instalação futura das placas fotovoltaicas. O esgoto das águas de bacias sanitárias, chuveiros e pias, após serem processadas e tratadas, são destinadas a irrigação por gravidade da horta cultivada no terreno.